Claude Lévi-Strauss (1908-2009), pai da antropologia estrutural, marcou a vida intelectual do século XX pela sua longevidade e pela amplitude de sua obra. O pensador também é célebre na academia brasileira: Lévi-Strauss lecionou em São Paulo e, junto de Mário de Andrade, fundou a primeira sociedade etnológica do país. No entanto, os grandes eixos de seu projeto científico por vezes são esquecidos. Como compreender a singularidade das teses de Lévi-Strauss sem ter uma ideia do que é o estruturalismo? Como apreender a especificidade de sua obra sem dispor de um conhecimento das disciplinas e das correntes com as quais ela entra em debate: a filosofia, a linguística, a psicanálise, o marxismo ou o existencialismo? Como, enfim, atribuir todo o alcance às pretensões científicas da antropologia estrutural quando se reduz as ciências humanas a uma percepção da realidade social? A ambição desta obra de Olivier Dekens é responder a essas questões fazendo uma travessia pelos textos de Lévi-Strauss. O autor analisa desde As estruturas elementares do parentesco e A oleira ciumenta, passando por Tristes trópicos, O pensamento selvagem, O cru e o cozido e O olhar distanciado, além de comentar suas viagens antropológicas, entre elas as visitas ao Brasil, e contextualizar o pensamento de Lévi-Strauss com o de seus contemporâneos. Trata-se de compreender, finalmente, por que Lévi-Strauss pode ser considerado um filósofo, mesmo contra sua vontade, na medida em que é um cientista que produz filosofia pelos meios que ele mesmo implementa.Claude Levi-Strauss (1908-2009), pai da antropologia estrutural, marcou a vida intelectual do seculo XX pela sua longevidade e pela amplitude de sua obra. O pensador tambem e celebre na academia brasileira: Levi-Strauss lecionou em Sao Paulo e, junto de Mario de Andrade, fundou a primeira sociedade etnologica do pais. Oliver Dekens, autor desta obra, analisa desde As estruturas elementares do parentesco e A oleira ciumenta, passando por Tristes tropicos, O pensamento selvagem, O cru e o cozido e O olhar distanciado, alem de comentar suas viagens antropologicas, entre elas as visitas ao Brasil, e contextualiza o pensamento de Levi-Strauss com o de seus contemporaneos. Trata de compreender, finalmente, por que Levi-Strauss pode ser considerado um filosofo, mesmo contra sua vontade, na medida em que e um cientista que produz filosofia pelos meios que ele mesmo implementa.