Descreve, comenta e explica as datas e festas do calendário judaico, entremeando as lindas parábolas do autor, que tanto emocionam seus ávidos ouvintes e leitores. * * * As festas e as comemorações nacionais representam os pontos de inserção na história da nação, em seus momentos mais significativos e marcantes, para que não se esqueçam seus caminhos no passado como um indicador de quem somos e dos caminhos para o nosso futuro. As festas e as comemorações religiosas nos inserem na espiritualidade da fé, na comunhão com o Divino, contraponto necessário para dar um sentido à vida que transcende o materialismo do dia-a-dia. As festas e comemorações populares, folclóricas, nos remetem à alegria de uma cultura autêntica, que é ao mesmo tempo a expressão de nossa maneira de viver e de como queremos viver. As festas e comemorações judaicas reúnem ? todas elas e cada uma delas ? esses significados, como nos conta David Gorodovits em seu livro Na espiral do tempo. Com clareza, leveza, fluência e bom humor, ele nos apresenta a cada uma das comemorações judaicas ao longo do ano, ao longo dos meses, ao longo da semana; explica seu significado, sua raiz histórica, os costumes a elas vinculados, assim como nos dá uma visão humana e humanística de sua repercussão no corpo e na alma, da emoção que elas evocam, da memória que suscitam, das vivências que proporcionam, dos pequenos e grandes aspectos que as cercaram no passado e as criaram como elo entre este passado, o presente e o futuro dos judeus e do povo judeu. Neste livro não só se aprende tudo sobre esses momentos cruciais da história e da religião judaicas, mas aprendemos também como eles repercutem na vida real das pessoas, como seu significado se traduz em vivência, e não só em culto e memória. As histórias e episódios que o autor nos conta com maestria formam um verdadeiro midrash, e os poemas e excertos que ele reúne em torno de temas heróicos ou dramáticos da história são a reverberação da alma judaica que exulta ou que sofre, que resiste ou que festeja, que chora ou que ri. Na espiral do tempo justifica seu nome da primeira à última página. Uma espiral que se enraíza no mais distante passado, há milhares de anos atrás, e nos traz esse passado, transformado em recordação, em comemoração, em vivência ao presente, para que possamos vislumbrar essa espiral nos levando de encontro ao futuro inevitável do povo judeu, que é o do eterno reencontro com si mesmo.