Sócrates é um enigma. Platão ajudou muito para que o fosse. Sócrates não queria escrever, porém Platão o escreveu em diálogos: intensos, abertos, contraditórios, para não trair tanto o mestre. Neles, encontramos a vida de Sócrates e também sua morte. Sim, sua morte, porque de Sócrates sabemos quase mais de sua morte do que de sua vida. Ou das duas, porque Sócrates morreu para dar-se vida, para não perder a vida, para ganhar outra forma de vida, para fortalecer a vida. Nada em Sócrates é simples, de uma única forma. Sócrates era um educador singular: condenado por corromper os jovens, não se reconhecia como mestre, mas aceitava que alguns aprendessem com ele. Sem ser um mestre, provocava aprendizagens.