A poesia de Shelly Bhoil, que se apresenta nesta coletânea Preposição de entendimento, é mar de versos e será de leitura surpreendente. Enquanto o texto se constrói, personas forjam-se a partir de uma conversa com o poema quase anônimo, tudo se abre em um crescendo, e então há amor inocente e há formigas sim, é (torna-se) possível viver dentro de um saco de açúcar. O diamante dos nomes, os números e os rostos, tudo é poeira e águas infinitas. Um jardim na manga, almíscar e murmúrios. Ondas são hinos. A narrativa é de estrelas. Aqui exercício é significado em buracos do tempo, em recordações em elipse. Fios de cabelos justapostos, a gêmea que nem existe, pássaros aninham-se em outra língua, e o labirinto de pregos é o que cresce no inóspito: ramos dos ramos, fatias de fatias, mães das mães, sóis dos sóis. Garotinhas silenciadas falam e, alquimizadas em vaga-lumes, tornam-se alegria e destreza. A cozinha-ilha é um país inteiro, é essência em ecos, é alvorada. A noiva da noite (...)