Autora várias vezes premiada (FNLIJ, APCA, Prêmio Jabuti), querida pelas crianças, educadores e profissionais do livro, Eva Furnari é referência nos textos de "narrativas mudas", onde dois olhos não bastam para decodificá-los. Desagasalhados da palavra, os leitores buscam novas estratégias para a leitura não-verbal, recolhendo elementos construtivos da narração através de desenhos.

Por um fio é um desses livros! A história é de um moço, transeunte desse "mundo de meu Deus", que não está preocupado com as conseqüencias de suas atitudes. Em três oportunidades de reconciliação com a natureza, ele falha em todas.

Para alívio do leitor, a narrativa conta com a intervenção do destino - aqui traduzido nas tintas de Eva Furnari por um passarito, encarregado de restabelecer o equilíbrio. Fora da moldura exerce a função de narrador onisciente; olhar vigilante, atuações invaciláveis, o passarinho está firme no propósito de assegurar a harmonia do espaço, nem que para isso tenha que recorrer a ações extremas... E o faz: na última página rompe a linha da moldura para expulsar da história o agente responsável por tanto transtorno. Linha que a ave logo trata de emendar. Adivinhe onde? Na capa do livro!

SUGESTÕES PARA SALA DE AULA

- Como é um livro de imagem, o público-alvo se amplia. Quer se trabalhe com alunos alfabetizados ou não, inicie a leitura pela capa, provocando o leitor com perguntas: Que história será contada? Qual a relação título e ilustração capa?

- A expressão Por um fio tem vários sentidos, quais podem ser citados?

- Pata fazer o nó, os dois pássaros se unem. Converse sobre cooperação e trabalho em equipe.

- A página de rosto pode ser "traduzida" no início ou final da leitura. Se optar por lê-la no final, discorra com os leitores sobre a lei da Física de causa e efeito; demonstre também que, muitas vezes, a natureza por si só se encarrega de restabelecer-se. Estenda essa lei para outras áreas, como por exemplo, a convivência social.

- Dentro temma Educação Ambientla, converse com seus alunos sobre queimadas nas matas e florestas. No cerra, por exemplo, as queimadas são provocadas pelo tipo de flora, onde fogo é necessário para garantir o bratamento das espécies vegetais, dentro do processo regenerativo. Já na Floresta Amazônica, as queimadas para abertura de pastagens comprometem o equilíbrio do ecosistema e faz aumentar a ruptura da camada de Ozônio. Este pode ser um tema da feira de ciências, ou de exposição e provocar debates que envolvam várias disciplinas dos Programas Curriculares,

- O fogo na mata foi provocado por um fumante. Levante as conseqüências do vício, valendo-se das campanhas do Ministério da Saúde.

- Dentro dos temas transversais, a ética é o grito de alerta deste livro. Sem desprezar o descaso com a mata, o gesto de matar passarinho atinge o ápice da falta de responsabilidade e senseibilidade do nosso moço. Violência é discussão pesada, mas imprescindível. De acordo com a maturidade dos alunos (a critério do educador) proponha pesquisas em jornais e revistas sobre campanhas de desarmamento.