A presente leitura que ora nós oferecemos é importante por pelo menos dois motivos inspiradores, um porque revela a produção científica que pesquisadores de diversas áreas e localidades que preocupados com a atuação do sistema de justiça, vem realizando pesquisas importantes nesse contexto; a dois porque esta obra é fruto do esforço coletivo do grupo de pesquisas Direito Penal e Democracia, que reúne professores-pesquisadores de várias áreas do conhecimento, que preocupados em refletir e oferecer possíveis estratégias ou soluções criativas para o caótico sistema de justiça, reúnem-se em torno desse foco para realizar encontros de estudos, seminários e pesquisas que culminam com a produção dessa obra. Para melhor inspirar o leitor/a dividimos a obra em três partes que inicia com uma reflexão dogmática a respeito da dogmática do Direito Penal, oferecendo reflexões críticas que nos auxiliam a descortinar a realidade jurídica e onde se encontram os gargalos para avançarmos rumo à consolidação dos direitos humanos, inerentes à pessoa humana, que nos parece está sendo transformada em um não-humano, dada as atrocidades que descortinamos diariamente, muitas vezes tomando nossas refeições; na segunda parte, damos ênfase à vítima e seu opressor, de maneira a oferecer ao leitor condições para ir para além da demonização do agressor e revelar que ambos fazem parte de um sistema que privilegia comportamentos violentos e antagônicos, justamente pela equivocada visão de vê-los isoladamente, como adversários; na terceira parte fechamos o raciocínio revelando as dinâmicas de atuação do sistema de justiça a partir de algumas perspectivas e revelando que algumas soluções são possíveis, que não aquelas pautadas na prisionização como ferramenta eficaz para fazer frente a crise paradigmática do sistema de justiça contemporâneo; e por fim mas não concluindo, temos a quarta parte que oferece uma reflexão sobre a punição como estratégia falida para a consolidação do direitos humanos.