Em Nietzche e a Justiça, Eduardo Rezende Melo empreende uma leitura rigorosa da noção de justiça no pensamento nietzschiano. Pesquisando-o, num ingente e metódico corpo-a-corpo textual, desvenda-o na rica profundeza de seus meandros. Abordada na sua polissemia, a justiça é apresentada, qual uma partitura musical, como um tema com variações, cujas nuanças, inflexões e diferentes significados emergem de uma forma cíclica, porém numa semântica aberta e constantemente enriquecida por novos olhares, pondo assim em xeque e desconstruindo o caráter massificante da moral tradicional e o seu vigente imperativo da obediência e da submissão na relação humana. Propõe-se, pois, aqui, ao leitor deste ensaio interpretativo, com base na ética do indivíduo, o chamado que o grande contestador de verdades filosóficas tidas como apodícticas faz para a responsabilidade emancipadora. Aceitar o seu desafio é propor-se à luta e ao risco incomensurável a fim de