Alex Garland capta todo o cinismo e a falta de estrutura emocional de sua geração em seu romance, “A praia”. Richard, o narrador, é um jovem, fumante inveterado, que descobre nas viagens o melhor meio de fuga de seus problemas, especialmente quando o paraíso da vez se chama Ásia. Richard não está sozinho neste sentimento de alienação contra os compromissos com trabalho e família. Rapidamente arruma companhia em Bangcoc. Um casal de jovens franceses, também viajantes sem destino, prontos para se unirem aos perigos de uma aventura. Encontra ainda uma pessoa que mudará os rumos da viagem e que atende pelo apelido de “Patolino”. Hospedado na mesma pousada dos jovens, “Senhor Lino”, momentos antes de cometer suicídio, deixa na porta do quarto de Richard um mapa indicando uma praia paradisíaca de areias brancas e arrecifes de coral, que abriga os jardins do Éden em pleno golfo da Tailândia. Capaz de escrever um romance pop cortado por alucinantes cenas de ação e terror, balanceando a narrativa com frias e calculadas passagens psicológicas, Alex Garland consegue manter o ritmo de suspense até as últimas páginas. Sua história é ricamente ilustrada por personagens de desenho animado (Patolino), filmes sobre a guerra do Vietnã (Apocalypse Now, Platoon) e videogames (Nintendo).