A escolha metodológica que guia o livro de Bilate é a de realizar um verdadeiro trabalho de historiador da filosofia, no entanto não para se restringir a este trabalho, mas para buscar na obra do autor, e não na imaginação do intérprete, os conceitos próprios a sua filosofia e o seu sentido presente ali. E com eles construir, junto a Nietzsche, uma ética presente nos seus escritos, mesmo que não sob este título de uma ética dos afetos - embora seja do que se trata. Podemos metaforicamente dizer que os tijolos dessa construção estão tais e quais na obra de Nietzsche, mas que ali a própria construção não se encontra disposta dessa maneira, mesmo que nela essa construção encontre inteiramente seu sentido. Trata-se, pois, de um minucioso e meticuloso trabalho de historiador da filosofia, seguido ou mesclado de um ousado trabalho de filósofo.