"Até a pé nos iremos...". Todos reconhecem na mesma hora: é um jogo do Grêmio, e a torcida no Estádio Olímpico canta com todo o orgulho de ser gaúcha e tricolor. Não é para menos. Um dos mais belos hinos do mundo esportivo é o do clube de Porto Alegre, composto por Lupicínio Rodrigues, que acompanhava com paixão todas as partidas. A história de como surgiu a música que até hoje anima os torcedores (e faz tremer os adversários) é contada junto com outras tantas, de conquistas inesquecíveis e de grandes craques do passado, em O Imortal Tricolor, do cartunista Ziraldo, que acaba de chegar às livrarias pela Editora Globo. No livro de quadrinhos um pai muito dedicado, o Luizão, conversa com seu filho, o Rafinha, um legítimo representante da nova geração de gremistas, já pertencente ao segundo século de existência do clube. Àquele que já havia aprendido a reconhecer desde pequeno as grandes histórias de seu clube de coração, cabe agora retransmitir essa rica tradição, que perpetua a admiração pelo clube. E essa não é uma tarefa difícil para os torcedores de um time que foi tantas vezes Campeão Gaúcho, Campeão Brasileiro, Campeão da Taça Libertadores da América e foi também Campeão Mundial... O torcedor vai conhecer ou relembrar os fatos que fizeram uma verdadeira mitologia do time, fundado em 1903, que teve craques como o goleiro Lara, Foguinho, Hugo de León, Renato Portaluppi, até chegar a Ronaldinho Gaúcho. Todas as histórias são contadas com bom humor e descontração (e com uma boa dose de merecida provocação para com os maiores rivais, os torcedores do Internacional). O Grêmio tem uma legião de admiradores - não só no Rio Grande do Sul - mas em todo o Brasil, conquistados por sua tradicional maneira de atuar, que une a técnica do futebol brasileiro com um jeito muito platino de se entregar a cada dividida, a cada jogada, colocando o coração acima de tudo. E com o Imortal dos Pampas segue a torcida, "para o que der e vier!".