Na cidade onde moro, seguidamente as quatro estações dão as caras no mesmo dia, guarda-chuva é companhia inseparável por aqui, e muitos são esquecidos nos mais diversos lugares. Meu pai, motorista de táxi, seguidamente encontrava algum deixado por um passageiro distraído pelo sol que aparecia depois do aguaceiro, de modo que na minha casa habitavam os mais variados tipos e eu ficava imaginando quem seriam seus donos, se sentiriam falta deles. Mas os guarda-chuvas não se perdem, apenas trocam de mãos e esperam, enrolados e com paciência, o momento de serem abertos e conversarem com a chuva. Por isso escrevi esta história, ela é meu presente aos donos perdidos de seus guarda-chuvas e aos leitores que gostam de espantar o cinza das nuvens com uma leitura colorida. Também é uma forma de falar do amor à minha cidade, que acolhe desde sempre uma diversidade sem tamanho de pessoas que aqui chegam para perder e encontrar seus guarda-chuvas.