Um dos fenômenos mais enigmáticos dos últimos anos consistiu na avaliação das Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) das empresas das novas tecnologias. O facto de estas empresas terem avançado para o mercado de capitais muito jovens e com registo de prejuízos não impediu a obtenção de elevadas capitalizações bolsistas. Este fenômeno ficou conhecido na literatura anglo-saxônica por "negative pricing of losses", ou seja, a valorização positiva dos prejuízos. O objetivo deste trabalho consiste em analisar esta aparente anomalia. Para o efeito estudou-se as empresas da nova economia cotadas no ISDEX - Internet Stock List, para o período de 1996 a 2003.Os resultados obtidos evidenciam a emergência de um novo tipo de empresa a operar no mercado pós-década de 90: empresas de pequena dimensão, maioritariamente de base tecnológica, a registarem prejuízos de maior magnitude e por períodos mais longos. Neste contexto, o reporte de prejuízos, e em oposição à teoria da opção de abandono, pode não estar associado à destruição de valor, quando os mesmos surgem associados ao exercício de oportunidades de crescimento. As F&A surgem como estratégia de reestruturação em situação de stress financeiro, pois, e contrariamente às expectativas iniciais, a taxa de falências das empresas deste sector ficou abaixo dos 2%. Em síntese, e citando Zingales (2000), a teoria existente parece ser pouco eficaz em ajudar-nos a caracterizar o novo tipo de empresa que começa a emergir com o impacto da revolução das tecnologias de informação.Este trabalho tem, pois, um contributo fundamental para a compreensão das bolhas financeiras e uma utilidade que transcende largamente o domínio acadêmico: tanto os investidores como os reguladores podem ajudar a temperar euforias, canalizar recursos para áreas com maior retorno, privado e social, e consolidar a confiança nos mercados.O objetivo deste trabalho consiste em analisar o 'negative pricing of losses' que existe na avaliação das Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) das empresas das novas tecnologias. Para o efeito, estudou-se as empresas da nova economia cotadas no ISDEX - Internet Stock List, para o período de 1996 a 2003. Os resultados obtidos evidenciam a emergência de um novo tipo de empresa a operar no mercado pós-década de 90 - empresas de pequena dimensão, maioritariamente de base tecnológica, a registarem prejuízos de maior magnitude e por períodos mais longos. Neste contexto, o reporte de prejuízos, e em oposição à teoria da opção de abandono, pode não estar associado à destruição de valor, quando os mesmos surgem associados ao exercício de oportunidades de crescimento. As F&A surgem como estratégia de reestruturação em situação de stress financeiro, pois, e contrariamente às expectativas iniciais, a taxa de falências das empresas deste sector ficou abaixo dos 2%.