Através da análise histórica do período que separa a crítica da adesão ao Plano Diretor, este trabalho demonstra que, ao submeter a luta urbana aos procedimentos institucionais do planejamento, o Movimento da Reforma Urbana compromete a autonomia das organizações populares e contribui para acumulação e reprodução capitalista no espaço das cidades. Desta maneira, fortemente influenciada pelas mudanças políticas e econômicas ocorridas no país, a liderança do Movimento em luta contra a tragédia urbana levou à fetichização dos Planos Diretores Participativos e transmudou em farsa a proposta do urbanismo reformista.