Neste livro, Cyrulnik aborda uma nova face da vergonha, inédita, comovente e profunda, fundamentada nas mais recentes descobertas das neurociências e da psicologia. O não compartilhamento das emoções instala na alma do ferido uma zona silenciosa que fala sem parar, que murmura no fundo de si um relato inconfessável. É difícil calar, mas é possível não dizer. Quando a pessoa não se exprime, a emoção se manifesta de forma ainda mais intensa sem as palavras. Enquanto está sofrendo, um ferido não fala, ele cerra os dentes e só. Quando o não dito hiperconsciente não é compartilhado, ele estrutura uma presença estranha.