No correr das últimas quatro décadas, a sociedade e a Igreja do Brasil viveram momentos diferenciados de relação. Seguir a história da Cabana do Pai Tomás é lugar privilegiado para captar os meandros dessa história, não na cúpula dos agentes oficiais, mas na base popular. Aos agitados anos do início da década de 60, quando nasce a Cabana no seio de lutas duras, seguiu-se o "silêncio e imobilismo fóbico" dos anos da repressão militar. Incêndio que destruiu muita coisa, mas não totalmente. Das cinzas desse fogo armado, surgiu lentamente por meio da presença das Comunidades Eclesiais de Base a experiência da ressurreição. O segredo: fé e vida, mística e libertação, experiência de Deus e lutas populares. Acompanhar concretamente a caminhada da Cabana nessas diversas fases é a riqueza desta obra. Abre-nos esperança e pistas para um momento paradoxal de governo popular, cultura neoliberal e Igreja em ritmo de oscilação e expectativa.