Depois de despertar a atenção de analistas brasileiros e alienígenas, e até mesmo de psicanalistas, Dom Casmurro foi, agora, dissecado por um magistrado, que sobre ele se debruçou como se fosse um processo, na tentativa de encontrar uma resposta segura para o grande enigma criado por Machado de Assis: Capitu é inocente ou culpada? O exame do livro se procedeu de forma lenta e constante, atracando em várias conclusões, depois abandonadas, até ser despertado para uma pista, no sentido de estar, atrás de toda a narrativa machadiana, escondida uma história que o personagem narrador não deseja ver indagada nem descavada. É justamente essa a história escondida, mas aludida no texto de Dom Casmurro, que Vladimir Souza Carvalho procurou ter em mãos, na demonstração de que o personagem narrador contou uma história, cuja veracidade é duvidosa, deixando outra, que o incomodava, completamente sepultada. Dom Casmurro: A História que Machado de Assis Escondeu, é, exatamente, a história que o personagem narrador conseguiu esconder por mais de um século, trazendo em todas as suas linhas uma versão completamente diferente para Dom Casmurro, à medida que acrescenta ao suposto triângulo amoroso a envolver Bentinho, Capitu e Escobar, uma terceira figura, até então fora de qualquer suspeita, para, no palco, desempenhar um papel que, ante a extensa bibliografia consultada, apenas um analista, José Geraldo, percebeu. Sancha, melhor amiga de Capitu, quase irmã, esposa de Escobar, de quem fica viúva, é a quarta personagem, cujo papel é de suma importância na alteração do destino do casamento de Capitu com Bentinho.