Com pesquisa empírica e reflexão teórica, Marcelo Sampaio Carneiro faz uma análise complexa da organização do campo maranhense e dos processos por que tem passado. Considera que tais processos atingiram o campesinato, mas, não alteraram a condição eminentemente agrária em que permanece o estado. O autor confere destaque às lutas de resistência e às pela recuperação de terras em que estão empenhados os grupos camponeses. No que se refere aos assalariados, ressalta as lutas pela dignidade no trabalho e aprofunda a análise no sentido de compreensão das condições entendidas como análogas à escravidão. Leitura obrigatória para os estudiosos do campo brasileiro, além do rigor analítico, ao analisar um caso paradigmático que é o campo agrário maranhense, o livro tem o mérito que renovar a convicção acerca da importância estrutural de um processo de reforma agrária para a sociedade brasileira; de teoricamente, sugerir a análise de casos sob a forma de configurações sociais específicas atentando para o comportamento dos diferentes atores envolvidos nas disputas e mobilizações; de propor pensar o desenvolvimento, não sob o ponto de vista normativo, mas com um processo de mudança social qualquer que é possível analisar como arenas de desenvolvimento, procurando entender os papéis desempenhados pelos diversos grupos sociais.