Com seu conhecimento e afeto pelo Brasil profundo, o tradutor de meus livros para o francês mostra ser, ele mesmo, um escritor com recursos maduros, aqui amparados em uma trama engenhosa e surpreendente. Edney Silvestre Com este emocionante O ouro de Quipapá, Hubert Tézenas se insere na velha e longa linhagem de intelectuais e artistas franceses que ousaram enfrentar o enigma brasileiro: Léry, Thévet, D?Évreaux, Debret, Taunay, Verger, Bastide, Lévi-Strauss. Garanto que o leitor se sentirá em casa. Alberto Mussa Hubert Tézenas não é apenas um autor de romance policial. É, sobretudo, um grande autor, com tratamento artístico, do texto e dos personagens. O leitor acompanhará o livro com grande paixão pela qualidade das palavras, pelo envolvimento da história, pelos personagens tão bem construídos quanto vivos e atuantes. Isto mesmo, quem estiver lendo este romance se sentirá atraído por um grande sonho, vivendo todas as circunstâncias e situações. Raimundo Carrero Nunca pôs os pés na Zona da Mata. Apenas aprendeu na escola que as plantações de cana-de-açúcar substituíram ali uma imensa floresta tropical outrora povoada por índios. Seria incapaz de localizar Quipapá num mapa do estado. Nunca se aventurou a mais de trinta quilômetros do Recife. Tem uma visão um tanto apocalíptica do mundo rural: ela se reduz ao que leu no jornal ou viu na televisão. Imagina o interior de Pernambuco como uma selva sanguinária onde a única lei em vigor é a lei do mais forte. E onde potentados medievais esmagam pela violência e pelo suborno massas de miseráveis ignorantes e desdentados por chuparem cana o dia inteiro ? sempre prontos a se entrematarem a machadadas por um pedaço de pão ou um olhar de soslaio. Recife, 1987. No escaldante e abafado outono nordestino, Alberico Cruz, um homem comum, corretor de imóveis, é testemunha de um crime. De principal suspeito, torna-se o culpado ideal. Acusado de assassinato, nosso anti-herói se vê brutalmente lançado no inferno da prisão. Sua luta pela sobrevivência o introduz em um mundo de violência do qual nada conhece: o mundo dos senhores da cana-de-açúcar, às portas do sertão pernambucano. Uma crítica social implacável, na qual a verdade tem pouco espaço, e a honestidade, valor meramente opcional, não resiste ao poder dos grandes. Um romance que joga uma luz crua sobre um país cheio de contradições, onde a violência social predomina e forças antagônicas se enfrentam brutalmente.Recife, 1987. No escaldante e abafado outono nordestino, Alberico Cruz, um homem comum, corretor de imóveis, é testemunha de um crime. De principal suspeito, torna-se o culpado ideal. Acusado de assassinato, nosso anti-herói se vê brutalmente lançado no inferno da prisão. Sua luta pela sobrevivência o introduz em um mundo de violência do qual nada conhece: o mundo dos senhores da cana-de-açúcar, às portas do sertão pernambucano. Uma crítica social implacável, na qual a verdade tem pouco espaço, e a honestidade, valor meramente opcional, não resiste ao poder dos grandes. Um romance que joga uma luz crua sobre um país cheio de contradições, onde a violência social predomina e forças antagônicas se enfrentam brutalmente.