Há Muitos Mundos no Mundo». (...) «espera-se delas que se comportem como crianças mas são criticadas pelas suas infantilidades; é suposto que brinquem absorvidamente quando se lhes diz para brincar, mas não se compreende porque não pensam em parar de brincar quando se lhes diz para parar; espera-se que sejam dependentes quando os adultos preferem a independência, mas deseja-se que tenham um comportamento autónoma; deseja-se que pensem por si próprios, mas são criticadas pelas suas "soluções" originais para os problemas» (1985 cit. in Sarmento e Pinto, 1997: 13).As crianças foram, e continuam a ser, consideradas pela sua negatividade constituinte (Sarmento, 2004b) e não como actores sociais. (...) Torna-se necessário desconstruir criticamente a ideia de infância como categoria homogénea e discutir o próprio processo de construção de imagens e representações associadas à infância e às crianças, porque ele é, em si mesmo, um processo socialmente construído.O desafio da investigação que aqui se apresenta começou a partir de algumas interrogações: que pensam as crianças do mundo e dos adultos? Como vêem a sua acção nesse mundo? Que imahens e concepções têm dos seus direitos, de si próprias e dos outros, também crianças, no contexto e no processo de trocas culturais e simbólicas? Esta investigação sociológica foi organizada em três dimensões centrais: a globalização, a infância e os direitos da crianças. (...)