Em 2001 escrevemos um livro Gestão Pública e Modernização Administrativa. Nele analisávamos os modelos de gestão pública e o processo de reforma administrativa em Portugal. Todavia, na altura muitos dos instrumentos e práticas de gestão pública não tinham suficiente desenvolvimento. Além disso, a reforma administrativa em Portugal não havia seguido o mesmo paradigma usado nos países mais desenvolvidos. Tratava-se mais de desburocratização e desregulação. Só a partir de 2003 se adoptou de forma efectiva o "new public management", como modelo inspirador da reforma; e esta prolonga- se até 2009, data em que, pelo menos no papel, se considera que a reforma está concluída. É natural que haja alterações, mas serão sempre ajustamentos. Não sabemos de que modo as organizações vão interiorizar os novos princípios. Há resistências, naturalmente, mas a Administração Pública portuguesa mudou. Finalmente, pressentia-se no final do século que o edifício gestionário tinha fissuras, que o Estado vinha perdendo o seu peso e que caminhava para um novo modelo de gestão pública, a que os autores chamam de governação. No último ano houve um retrocesso devido ao aumento do papel do Estado em ordem a fazer face à crise económica e financeira. Apesar de tudo, a gestão pública ganha novos contornos, que a afastam, em muitos pontos, do modelo gestionário.