Os estudos científicos decretaram o fim da raça enquanto uma categoria biológica, que determinava o comportamento moral, intelectual e cultural dos indivíduos. Porém, as descobertas do campo da biologia e da genética nem sempre efetuam uma mudança no comportamento social. O resultado disso é que a raça - inexistente do ponto de vista biológico - continua a atuar no plano social e político, sobretudo como uma categoria explicativa das desvantagens vividas pela população negra no Brasil. Neste livro, os(as) autores(as) esperam que a raça - como categoria sociológica - seja levada a sério tanto no processo de explicação das desigualdades quanto na formulação de políticas públicas adequadas a este fenômeno. Lutar contra o racismo, o preconceito e a discriminação racial - que se materializam nos indicadores sociais de desigualdades - requer ações que conjuguem medidas punitivas, políticas de ação afirmativa e políticas de combate à pobreza. Porém, antes de tudo, requer o empenho por parte do governo brasileiro e o desejo da sociedade brasileira como um todo de construir um país verdadeiramente democrático para todos(as), onde a igualdade econômica possa estar combinada ao respeito à diferença. Coleção Políticas da cor Laboratório de políticas públicas