A violência que se verifica na Terra não é apenas fruto da ação de homens voltados para o mal. Ela decorre também da inconseqüente omissão daqueles que poderiam contribuir para reduzi-la e não o fazem. Os homens têm por hábito serem omissos na prática do bem e ativos na prática do mal, gerando resultados desastrosos que se transformam em conflitos. É muito fácil criticar a ignorância de terceiros; o difícil é ajudá-los a combatê-la. É muito fácil ridicularizar os anseios dos menos favorecidos que lutam por uma vida melhor; o difícil é ter coragem de combater a corrupção que desvia recursos destinados à pobreza. É muito fácil falar da paz; difícil é parar de produzir e de vender armas. É muito fácil dizer que se está combatendo o crime; difícil é enfrentar quem de fato o sustenta. É muito fácil classificar criminosos de irrecuperáveis; o mais difícil é fazer algo para tentar reabilitá-los, dando a eles e à própria sociedade uma esperança de paz. É fácil criticar e acusar; difícil é a autocrítica e o reconhecimento de que se precisa mudar. Enquanto os homens tentarem se esconder por trás das facilidades, a Terra será um lugar muito difícil para se viver. Se já são responsáveis pelas provações que têm de suportar, originárias de faltas encarnatórias, agravam ainda mais a própria situação, derrotando-se pela omissão e agredindo-se com a indiferença. Não há o que reclamar da vida e de Deus, pela autoculpa não reconhecida que se perpetua pelo receio da verdade. Que Deus os ilumine para que a encontrem!