As pesquisas que tomam as culturas infantis como objeto, em sua maioria, têm tratado as crianças ignorando as marcas de suas origens sociais. Na pesquisa que deu origem ao presente livro, a autora realiza estudo com dois grupos de crianças que vivem em zonas próximas na cidade do Rio de Janeiro: um em uma favela, que frequenta escolas públicas em sua comunidade, e outro de filhos de camadas médias/altas intelectualizadas, que frequenta escola privada e tem como arquitetura um castelo. O olhar da autora se movimenta entre a infância da favela e do castelo, buscando marcas nas expressões culturais das crianças (nas quais destaca a brincadeira e as relações com o corpo) que aproximam e afastam esses dois mundos.