A primeira coisa que a poesia pode fazer pela pessoa que a escreve é salvá-la. A segunda, é salvar aquela que lê. Os afetos em ruínas de Elizza Barreto nos oferecem essa sensação de salvamento, de cuidado e de atenção frente ao que nos machuca. Uma poesia que nos traz uma infinidade de medos, angústias, rejeições e solidão, ao mesmo tempo em que nos relembra sobre a força que guardamos dentro de nós. [...] Seus versos tocam nossos sentimentos mais profundos como uma música nostálgica de infância: ao fundo dos nossos ouvidos, das nossas cabeças, das nossas histórias. Os afetos de Elizza estão em ruínas, não porque desmoronaram, embora caiam vez ou outra com o balanço da vida. Estão em ruínas porque a vida exige uma reconstrução toda vez que achamos que não podemos ser inteiros novamente. [Míria Moraes]