Dialogando com Clio estabelece um contato interdisciplinar entre a História, a Antropologia e as Letras Clássicas e, ao mesmo tempo, debate questões que transitam entre temporalidades diferentes: da Antiguidade ao mundo contemporâneo. São, ao todo, 13 artigos, que tiveram origem no XVIII Ciclo de Debates em História Antiga, promovido pelo Laboratório de História Antiga (Lhia) da UFRJ em 2008, em comemoração aos seus 15 anos. Divididos em três partes- Diálogos Interdisciplinares; História e Cultura Escrita; História e Cultura Material -, os textos percorrem temas diversos, que vão desde o corpo e o envelhecimento na cultura brasileira ao diálogo da História com a Literatura no mundo antigo, passando por outros como hieróglifos e arte, e caça e poder no discurso musivo afro-romano. Dialogando com Clio trata-se de uma obra pluri-institucional, contando com especialistas de sete universidades brasileiras e duas estrangeiras. O estudo da Antiguidade no Brasil enfrenta diversas dificuldades (...) há o equívoco, portanto, de se avaliar o saber com o crivo do burocrata, incompatível com o real desafio do pesquisador: indagar, pesquisar, criticar e estabelecer o diálogo entre o antigo e (...) problemas urgentes do mundo contemporâneo, como por exemplo, as questões do corpo, de gênero e sexualidade, das alteridades, do exercício do poder, do cotidiano e da espacialidade, das linguagens e formas de comunicação, dos monumentos e memória, dos rituais e religiosidade estão no âmbito dos estudos da Antiguidade. Na tradição clássica, Clio era uma das nove musas, divindades mitológicas filhas de Zeus, senhor do Olimpo, e Mnemósine, deusa da memória, que foram geradas após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os Titãs, para cantar a vitória e perpetuar a glória da geração olímpica. Reunindo-se sob a assistência de Apolo, as musas presidiam as artes e as ciências. Cada uma delas era identificada por seus atributos, que estavam associados à sua arte ou conhecimento específico. Clio, do grego k?e?-e? - "glória" ou "fama", é aquela que divulga e celebra realizações. Representada como uma jovem com uma coroa de louros, ora trazendo numa das mãos uma trombeta e, na outra, um livro, ora segurando um rolo de pergaminho e uma pena, é, frequentemente, acompanhada por um baú de livros em suas representações iconográficas.