Le Monde Diplomatique, conceituado órgão de imprensa, tem despertado interesse entre leitores de todo o mundo desde seu nascimento em Paris, no ano de 1954. Em seus mais de 60 anos, o periódico assumiu perspectivas políticas bastante definidas com críticas ao colonialismo, ao imperialismo e ao neoliberalismo. Tal visão alternativa, sustentada por artigos de intelectuais e jornalistas de diversas nacionalidades, se espalha por suas mais de 40 edições internacionais, publicadas em 28 idiomas.Desse modo, Juliana Sayuri tem, neste livro, um grande tema a ser explorado, tarefa que ela cumpre com sutileza, argúcia e precisão. Depois de apresentar um panorama geral da publicação, a autora centra sua pesquisa no Dipló argentino criado em 1999 pelo jornalista Carlos Gabetta, diretor do periódico até fevereiro de 2011. Com o olhar na Argentina, analisa a construção dos diálogos intelectuais e jornalísticos entre França e América Latina, indicando como muitos latino-americanos – a exemplo do argentino Carlos Gabetta – têm uma certa reverência diante da França, assim como certos jornalistas europeus – como o espanhol Ignacio Ramonet – idealizam a América Latina.