O ressentimento não é um conceito da psicanálise. É um termo do senso comum, que designa uma constelação de afetos negativos - raiva, inveja, ruminações vingativas, amargura. Acima de tudo, o ressentimento é uma queixa insistente, repetitiva, que não aceita nenhuma forma de desagravo. O que caracteriza o ressentimento é a persistência da mágoa, a repetição da queixa. Este livro aborda o ressentimento de quatro pontos de vista diferentes: na clínica psicanalítica, na produção literária, nos movimentos sociais característicos das democracias modernas e na filosofia de Nietzsche. O filósofo do ressentimento escreveu toda sua obra nos anos imediatamente anteriores ás primeiras publicações de Freud. No capítulo dedicado a Nietzsche, a autora indaga por quê o criador da psicanálise permaneceu tão distante da obra do filósofo e da investigação psicanalítica do ressentimento.