A máxima socrática do "conhece-te a ti mesmo", se é, ainda hoje, carregada de importância, com certeza há que ser reatualizada no mundo contemporâneo, que desconhece identidades únicas e sem fissuras e que constitutivamente se define como múltiplo. A cena mundial é atravessada, conseqüentemente, pela queda de fronteiras estanques entre as áreas do saber, por novas propostas epistemológicas que procuram, a seu modo, responder a uma avalanche de novos conhecimentos e aos questionamentos colo-cados pela sociedade. Parece-me, pois, auspiciosa e contemporânea a proposta dos pesquisadores da UNISC, empenhados na exposição deste ponto do processo a que se propõem, de socializar este estágio de um caminho em processo. O esforço destes professores se faz na construção de espaços de ciência que se apresentem como "entre-lugares", como discursos a partir da margem, com a generosidade de se abrir mão da "verdade" única do saber disciplinar, para estruturá-lo, ao saber, como um jogo de linguagens descentradas. Sair do centro, deixar que a linguagem fale a partir da margem, com a proposta de "um saber também marginal." Leitura e cognição: uma abordagem transdisciplinar. Para o leitor fica, além da riqueza e variedade das visões aqui colocadas, o desafio de também entrar nesta rede, tomando parte neste processo de construção, nele inserindo sua leitura, seus conhe-cimentos, seus saberes.