O que resta dos direitos, do Estado, da ciência e da economia após a turbulência da pandemia que abalou as certezas e as instituições desde 2020? Uma combinação explosiva de crise sanitária global, medidas econômicas ultraliberais e práticas e discursos de uma democracia iliberal que mais se parece com autoritarismo gerou no Brasil fissuras na ordem jurídica e constitucional, com medidas de exceção passíveis de serem normalizadas e perenizadas; dilemas éticos sobre vacinação e negacionismo científico; conflitos federativos no planejamento e na execução de políticas públicas emergenciais; incertezas radicais na esfera econômica que redundaram em novas demandas e sobrecarga judicial. Um mestre da Sociologia, Filosofia e Teoria do Direito no Brasil reflete aqui sobre o Direito que emergiu da anormalidade dos últimos tempos.