O encontro atual das culturas e das religiões permite a um crescente número de cristãos comprometer-se com a alteridade religiosa. Trajetória exigente que implica deixar-se conduzir no universo religioso e espiritual do outro e ser tocado pelo Espírito que aí se manifesta. Está assim lançado à teologia o desafio de reler a história da aventura cristã para estabelecer as bases de uma espiritualidade do diálogo. Se é cedo de mais para falar de uma teologia dialogal ou inter-religiosa, o autor tem, todavia, o mérito de formular boas questões e de traçar novas aberturas. A primeira parte deste livro mostra que a espiritualidade cristã adveio, ao mesmo tempo, do judaísmo e do paganismo - a espiritualidade procedente de Jesus é um caminho de amor e uma escola de sabedoria. A segunda é dedicada ao problema do pluralismo religioso, destacando algumas de suas características e esboçando os contornos de uma espiritualidade cristã inter-religiosa. A última parte evoca algumas das difíceis questões formuladas pelo pluralismo religioso e pela prática de uma espiritualidade cristã de modo dialogo. Apesar das tendências exclusivas que dominaram a vida da Igreja, a espiritualidade cristã funda-se na reconciliação, na acolhida do estrangeiro, na pluralidade de opiniões e, mais ainda, no espírito divino sob a ação do qual não há nem judeu nem grego, mas mulheres e homens novos.