O fato de as chamadas "reformas neoliberais" terem ocorrido mais tardiamente no Brasil do que em outros países da América Latina levou ao questionamento do real papel - usualmente propagado - de organizações internacionais no processo de adoção dessas reformas. Com essa preocupação em mente, e levando em conta o reduzido número de estudos sobre a maior fonte multilateral de recursos do Brasil, este livro analisa a atuação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no país desde sua criação, em 1959, até o ano de 2006, tendo como preocupação central detectar uma possível inflexão na atuação do Banco a partir de fins da década de 80 e início dos anos 90, período de crise na América Latina. A hipótese levantada é que, embora tenha o BID sido influenciado pelo receituário do "Consenso de Washington" e por ideias mais liberais durante os 70-80, suas raízes garantiram a ele um papel mais independente do que outras instituições.