Os editoriais de jornais, as capas de revistas, as chamadas das emissoras de televisão, os portais, as comunidades do site de relacionamento Orkut e até o recente Twitter têm sempre um espaço de destaque para as decisões da Suprema Corte brasileira. Os ministros viraram, sem medo de pecar por exagero, celebridades. A exibição, ao vivo, por sistema de rádio e TV, das sessões Plenárias um gesto de deferência à transparência contribuiu para este cenário. É a ditadura do Supremo! dizem. Uma ditadura que manda retirar as algemas, que garante aos advogados acesso a inquéritos sigilosos, que torna pública sessão que aceita denúncia contra magistrado de tribunal superior, que impede a prisão do depositário infiel, que garante a progressão de regime prisional para condenados por crimes hediondos e que permite que acusados da prática de crimes recorram em liberdade. Seria uma ditadura diferente. Uma ditadura das liberdades. Eis aqui um novo Supremo. Nele, sem dúvida, há ganhadores. Também perdedores hão de aparecer. As consequências, se boas ou ruins, só a história há de dizer.