O jornal O Estado de S. Paulo é um dos periódicos brasileiros mais influentes e imitados. Surgido em 1875, ele ocupou crescente espaço na opinião pública do país, participando intensamente do debate político e cultural, abrigando grandes nomes dessas áreas entre seus articulistas (Monteiro Lobato, Paulo Duarte, Antonio Cândido, Florestan Fernandes etc.) e contribuindo para a consolidação de monumentos (a Universidade de São Paulo) ou desastres (o golpe civil-militar de 1964) nacionais.O presente livro retoma tal momento de O Estado de S. Paulo para elucidar seus laços com o Estado Novo. Seus proprietários, diretores e articulistas não apoiaram diretamente aquela ditadura mas a cobiça do regime em relação ao jornal correspondeu à vontade de atingir seu público e prestígio. Ele apelou para adequada documentação, problematizando-a sem se submeter a ditames ideológicos, que foram desdobrados numa memória de pureza.Vandré se revela um analista original e sensível, sem perder de vista aquelas tradições de estudo sobre sua problemática, e contribui de forma erudita para uma ampliação desses debates sobre Estado Novo, O Estado de S. Paulo, autoritarismos e liberdades.