O mundo, tal como o conhecemos pelo desenrolar histórico e pelas experiências de vida, desde sempre se constituiu em desafios para o homem e, a partir de certo momento um histórico, em desafios para a educação formal. No palco em que vivemos o Brasil desde os primórdios da República até os dias atuais, o processo educativo se constitui em desafios constantes, sempre à espera de soluções. São problemas econômicos, político-ideológicos e pedagógicos que se arrastam e se somam ao longo dos anos. Ao lado desse lamentável legado histórico, há problemas que brotam da atualidade, como, por exemplo, o desamparo à massa de brasileiros jogada às margens do processo educativo. São pessoas que não conseguem se integrar num universo social em que a escolarização, a boa escolarização é a chave, a porta de entrada, para que o indivíduo tenha êxito ou pelo menos consiga sobreviver em áreas cada vez mais competitivas, típicas de uma sociedade de classe. Outro desafio que começa, ou deveria começar, a inquietar a escola e o educador, é a célere substituição do mundo real pelo mundo virtual. As pessoas, jovens ou não, cada vez tornam-se cegas para o mundo, para a vida e para as pessoas que as rodeiam,esta sedução pelo não real deve se constituir em um grande desafio para a educação contemporânea,educação que deve preparar o indivíduo para viver e compreender as alegrias e as tristezas dos seres reais que a seu lado vivem ou ao seu lado convivem. A sociedade atual tem questionado o papel da docência, especialmente no sentido de recriá-la. Quem formará e cuidará do professor e do educador nesse contexto de sociedade líquida, de vida em liquidação? O foco da educação não pode ser um negócio, um meio de responder às exigências do mercado e do trabalho. Deve ser um empenho no desenvolvimento da criatividade, no sentido de preparar o sujeito para a vida, em extensão e profundidade.