O desenvolvimento econômico dos Estados Unidos na década de 1920 permitiu que o americano comum ficasse alheio aos conflitos sociais, ao alastramento da corrupção e ao reacionarismo político e moral que tomavam conta do país. Foi assim até a quebra de Wall Street em 1929, quando o país foi lançado em sua crise mais sombria, revelada pelo desemprego e pela falência de numerosas empresas. Foi nesse contexto que o filósofo e educador John Dewey (1859-1952) elaborou sua crítica às doutrinas que seduziam os intelectuais de sua época, o liberalismo laissez-faire e o comunismo. Neste livro, o leitor encontra uma acurada análise das concepções políticas deweyanas em torno da idéia de democracia, aqui caracterizada segundo o conceito mannheimiano de utopia: uma formulação que transcende o presente e mobiliza para a transformação da sociedade uma profecia, segundo palavras de Anísio Teixeira. Os assuntos políticos e educacionais são abordados neste livro em sintonia com temas da atualidade, como o neoliberalismo e a educação baseada no pensamento reflexivo, o que faz de Dewey um dos grandes pensadores do século XX e projeta sua presença no século XXI.