Bordado a fio de faca é um livro que pretende, com uma lâmina, o ofício cuidadoso de tecer a linha do encontro. Em cinco capítulos, a autora costura poesias, prosas poéticas e cartas endereçadas a Tereza alguém que parece ser ao mesmo tempo uma remetente e um eu lírico que, mesmo com os extravios dos Correios, do tempo e da linguagem, recebe esse esforço de comunhão. A primeira parte, Suturar com os braços, diz das fraturas, das feridas imensas sentidas num país que corta nossa pele, quebra nossos ossos. Da necessidade e da diligência para construir laços. No segundo capítulo, Catedral do extravio, a matéria-prima é a palavra endereçada que não chega ao destino previsto, mas que chega a algum lugar seja ele o futuro, o sonho, o vazio ou a utopia. Já o título Tese número 12 brinca com a famosa Tese 11 de Marx, uma crítica à filosofia meramente especulativa, e interpela a atividade da escrita poética. Esse capítulo é um chamado à poesia que quer ser mundo, à matéria da rima, (...)