Intimamente o poeta conversa com o mar e suas di­ferentes formas. O sino ainda quer cantar. O peso dos anos e a doença aproximam-no da melancolia. A morte transparece e está presente. Mas Pablo Neruda (1904-1973) reafirma a fé na palavra, sua ferramenta, memó­ria, esperança. Este livro, o último escrito pelo poeta, foi concluído em seu leito de morte, em setembro de 1973. A grande voz de Neruda se levanta pela última vez, cheia de nostalgia e melancolia, mas como que­rendo condensar nestes últimos poemas o sentido de toda a sua obra. Na sua leitura, poderíamos dizer, como o poeta à sua amada Matilde: Foi tão belo viver enquanto vivias.