Sandra Maria nasceu em Uberaba em 1947 e depois, de novo,em Goiânia, quando sua mãe lhe ensinou a ler em 1952. Devoradora de folhas desde os cinco anos. Incentivo paterno.Letras na faculdade. Letras dia e noite. Devorou também folhas de partituras. Formou-se em piano. E a fome dela não passava. Viveu nos Estados Unidos, fezcursos na Universidade do Colorado e ali experimentou osabor de novos arranjos de letras. Ouviu novos sons. O inglês abriu portas para o mundo e a aluna e professora das salas de aula da UniversidadeFederal de Goiás, lançou olhares e palavras a novas direções. Na Área Internacional doMinistério da Educação, em Brasília, representou o Brasil em diversos países. Américas, Europae até no Japão. Educação sempre foi sua bandeira maior. Voou longe, mas nunca cortou suas raízes. Descendente de fazendeiros, sempre esteve próximaà vida simples do campo. Na roça e na cidade, muito atenta às questões sociais de seu país.Trabalhou como voluntária na CNEC - Campanha Nacional de Escolas da Comunidade,apoiadora de artesãs brasileiras. Em outras entidades, solidarizou-se com a dor. Transitou entre mundos distintos. Estudou italiano, aprendeu francês, apaixonou-se peloespanhol, frequentou a Universidade de Zaragoza. Devorou mais folhas. Aos sessenta anos decidiu iniciar uma nova carreira na administração de negócios rurais. Nospedaços de tempo em que não lê as folhas dos livros, observa as do campo. E trabalha, muito. Discreta e reservada,guardou seus poemas em gavetas. A força das mulheres do grupo Poesiaentre amigas desengavetou os versos.