Pelos estudos enfeixados, em O Heterotexto Pessoano, por José Augusto Seabra, um notável intérprete da obra do poeta heterônimo, o leitor brasileiro ganha acesso a horizontes pouco freqüentados e insuspeitados, em geral, pela crítica tradicional e corriqueira. Assim, ele poderá divisar, entre outros temas de um amplo espectro de análises arquitextuais, os vários tipos de discurso, gêneros e modos de enunciação em que se desdobra a textualidade pessoana. Nestes ensaios comparecem, pois, desde as exegeses dos escritos poéticos aos políticos, passando pela correspondência amorosa e pela crônica jornalística, bem como as das múltiplas gradações das elaborações esotéricas de Fernando Pessoa.