A partir de tragédia que ficou conhecida como o "seqüestro do 174" e do gesto de indignação da população carioca representado pelo Mural da Dor, esses ensaios analisam o problema da violência sob a perspectiva das vítimas. Aquele cujos recursos não bastam para cobrar justiça, como reage à dor da perda? Sob um Estado que não se responsabiliza ante os despossuídos, em uma sociedade cujos muros que resguardam os estratos impedem a solidariedade, resta-lhe o recurso das referências simbólicas - fornecidas freqüentemente pela religião -, às quais recorre como o único meio disponível que lhe evite sucumbir.