Espíritos de carros quebrados é o décimo livro de Cadão Volpato, cuja carreira como escritor completa 25 anos em 2020. O autor volta à ficção depois de “À Sombra dos viadutos em flor” (SESI-SP, 2018), uma memória dos seus tempos de músico, finalista do Prêmio Jabuti de 2019. Este livro fala da passagem do tempo na vida de velhos amigos, eles mesmos às voltas com o envelhecimento. O tema clássico do tempo não é estranho aos livros anteriores do escritor, entre os quais os volumes de contos “Dezembro de um verão maravilhoso” (Iluminuras, 1999) e “Os discos do crepúsculo” (Numa, 2017) e o romance “Pessoas que passam pelos sonhos” (Cosac Naify, 2013). Neles, o tempo andava para frente e para trás, transformando o presente num gerador de força oscilante. O mesmo acontece com este livro. Transitando entre narrativas irmãs, o escritor constrói um universo compacto, resumido na frase que funciona como um mantra no conjunto: “Morte vida tristeza esperança: vem aí o Ano-novo”.