A Campanha da Fraternidade do ano 2000 foi, pela primeira vez, celebrada pelas diversas igrejas e denominações cristãos há anos reunidas no Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, o CONIC, e versou sobre o tema da dignidade humana.

O sucesso dessa grande iniciativa ecumênica mostrou a seus organizadores a grande conveniência de continuar trabalhando juntos nesse tema, que é central para o cumprimento da missão no mundo de todas as igrejas cristãs. Nasceu assim o Relatório sobre a Dignidade Humana e a Paz no Brasil, que pretende ser um instrumento a serviço da reflexão, formação e mobilização das comunidades cristãs e da sociedade em geral em torno das questões que aborda.

A primeira edição do Relatório, 2002, trabalhou a fundamentação teológica. Essa segunda edição, 2003, amplia o campo da pesquisa, recorre à fundamentação filosófica, em continuidade com a história e com as ciências humanas, aperfeiçoa a maneira de entender os dois principais indicadores utilizados, os índices de indignação e de percepção, e acrescenta, nos anexos, dois estudos de caso sobre a condição social da mulher, que se vê desrespeitada nos "porões da história" e sobre a condição da comunidade negra, discriminada "à luz do dia". No entanto, a maior característica do Relatório 2003 é de se situar claramente como um instrumento de combate à violência e pretender constituir uma contribuição significativa das igrejas cristãs no Brasil à década do combate à violência instituída pela ONU.