Em Teatro na luta de classes, aborda o confronto com a persistência do pensamento metafísico na contemporaneidade e desconstrói minuciosamente os pressupostos de autores que costumam fazer sucesso em nossas universidades; expõe, em Transições, seu roteiro de curso sobre dramaturgia moderna, o confronto nas trincheiras da cena e da crítica desde o momento em que a dramaturgia começa a narrar período que vai da crise do drama moderno ao teatro épico; demarca, em. O trabalho da direção, a relação entre os métodos de direção de Stanislavski e Brecht como sistemas complementares, em que o distanciamento supera dialeticamente a identificação; em Brecht e o teatro épico no Brasil, interpreta o movimento de assimilação da influência brechtiana, pelo teatro brasileiro, como dinâmica exemplar das ideias fora do lugar, em que a chegada da dramaturgia brechtiana, já como espetáculo do universo mercantil (1958), adquire força produtiva ao ser assimilada pelo Arena e pelo CPC, e funda a principal experiência do teatro de agitprop, estética que fora criticada dialeticamente por Brecht com a proposta das peças didáticas; por fim, em Brecht no cativeiro das forças produtivas, analisa o enfrentamento do autor com o aparato econômico, jurídico, ideológico e estético da Indústria Cultural pela perspectiva do cinema. O resultado do conjunto é a explicitação da eficácia do labor da crítica como práxis, pautado pelas providências necessárias para a continuidade do trabalho teatral na luta pela libertação das forças produtivas. Daí o rigor acadêmico, o fôlego para reorganizar a historiografia do teatro político e, sobretudo, a coesão do argumento em torno da articulação entre arte e sociedade. Trata-se, portanto, de vigoroso conjunto de sistematizações, norteado pela concepção de dialética como espírito de contradições organizado, escrito por uma intelectual orgânica da classe trabalhadora, que anuncia como matéria central de seus estudos o Brasil, com particular interesse [...]