A história do Brasil e do Japão se misturaram há pouco mais de cem anos com a vinda dos imigrantes nipônicos em 1908. Durante todo esse tempo foi-se consolidando aos poucos no imaginário nacional que os japoneses eram um povo aguerrido, trabalhador e extremamente disciplinado. Estas representações acabaram por encobrir várias outras facetas deste povo e de sua intrigante cultura. Este livro tenta desvendar um pouco destes saberes sob outro enfoque, que é o da difusão da cultura pop japonesa, principalmente na forma dos animes, mangás e cosplayers. Conhecer estes outros aspectos culturais evidencia a camaleônica capacidade de difusão que as tradições japonesas acabaram por conseguir viabilizar por conta de novos instrumentos e canais de comunicação. O que era milenar se renovou e o que é atual e sofisticado foi englobado pela mítica. O fluxo de processos de comunicação consegue, para se sustentar, renovarem-se rapidamente dando expressão a conteúdos culturais que podem ser degustados por qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo. Este processo global e encadeado não é um privilégio dos japoneses, mas eles conseguiram se utilizar muito bem disto para expandir suas zonas de influência midiáticas. Assim como os norte-americanos com seus filmes, os japoneses com seus desenhos e games detêm um monopólio cultural que se solidifica a cada ano, com vultosos lucros. Isto também garantiu aos seus descendentes no Brasil a ideia de que talvez o retorno à terra pátria lhes desse segurança social e financeira, e esta é também uma perspectiva trazida nesta obra.