"Direito e Holismo", de Paulo Roney Ávila Fagúndez, propõe-se a romper com o paradigma vigente na ciência jurídica tradicional. O Direito ganha um novo significado a partir da interconexão com os demais saberes. Para que o Direito possa resolver os complexos problemas humanos precisa se aproximar dos princípios, que são os canais de comunicação entre a ciência jurídica e outras ciências. O Direito é uma ciência do "dever-ser", regido pelo princípio da imputação, tendo, todavia, os vícios que afetam as demais ciências. O Direito se volta para o passado, visando, na esfera penal, punir as condutas consideradas negativas. No entanto, o novo Direito deverá ter um papel pedagógico, ensinando a viver. A racionalidade não é suficiente para que o Direito exerça a contento o seu papel. Precisa da sensibilidade dos seus agentes e vislumbrar o mistério, o misticismo, a religiosidade intrínseca, que visa religar o ser humano ao cosmos. De acordo com Capra, há uma única crise que é de percepção, e que só será superada a partir da sua compreensão. Para que se tenha um Direito novo há a necessidade de resgatar a ética e se ter um operador jurídico preocupado também com o meio ambiente, enfim, com a vida na sua natural riqueza, na sua multidimensionalidade.