Escrever um livro sobre tecnologia é expor-se ao risco do anacronismo. Seria desnecessário dizer que as ideias talhadas em texto podem chegar à obsolescência numa velocidade impressionante, considerando a rapidez com que as transformações ocorrem nessa seara. De outro lado, se houve um tempo em que se duvidava dos impactos produzidos pelos avanços tecnológicos no Direito, atualmente é inquestionável a superação dessa perspectiva. O ceticismo deu lugar à necessidade urgente de repensar institutos fundamentais, investigar se ainda são adequados, se merecem ser reconstruídos ou, na hipótese mais remota, se permanecem intocáveis, sem contar outros tantos com os quais passamos a lidar justamente por conta da tecnologia. Para tudo isso, submeter-se à arriscada tarefa de escrever a respeito dessas influências passou a ser premente. [...]