A obra que você tem em mãos compila duas décadas de jornalismo exercido pelo autor nos mais diversos veículos nos quais atuou. Desde revistas, jornais, sites, blogs, fanzines, entre outras modalidades gráficas, no Brasil e, em certos casos, em outros lugares do mundo. Exemplo disso são as revistas franco-brasileira Brazuca, editada em Paris, e da portuguesa Mondo Bizarre. Muitas das reportagens, entrevistas, perfis e artigos aqui coligidos evidenciam, em parte digna de consideração, uma, pode-se dizer, obstinada busca do jornalista em trazer à tona alguns dos (infindáveis) temas e tesouros esquecidos da cultura brasileira. Em Agreste Psicodélico, por exemplo, o autor descerra a trilha em busca das origens de Paêbirú Caminho da Montanha do Sol, o disco maldito de Lula Côrtes e Zé Ramalho, hoje o vinil mais caro do Brasil, apreciado e cultuado por milhares de pessoas. Um assunto que, a partir da reportagem, ganhou o mundo. Na sessão de entrevistas, todas elas psiquiátricas, Zé Ramalho, Alceu Valença, Sergio Mendes, Caetano Veloso, Décio Pignatari. O repórter tenta ir, dentro do possível, no âmago. Na sessão de perfis, nomes tão díspares quanto geniais são revelados e desvelados em suas intimidades: João Donato, o ídolo do futebol Romário, Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves. O autor também selecionou alguns artigos que considerou os melhores entre sua produção: um deles é sobre o filósofo francês Guy Debord e como sua obra A Sociedade do Espetáculo serviu de sustentáculo estético (e anárquico) para o punk britânico. E, para encerrar, um texto que, desde o começo da idade adulta totalmente intimista e particular, o jornalista prometia a si mesmo: os motivos pelos quais Marc Bolan é tido, na Inglaterra, como o The Godfather of Punk.