A literatura é fundamental para a formação da mentalidade de um povo. Este ensaio volta-se para o período em que se inventa essa estrutura inconsciente. O critério de seleção de textos escolares não tem por base a qualidade artística, mas a conveniência ideológica. Aqui se defende a literatura como arte e se supera o temor reverencial diante autores consagrados. Eles deixam de ser tabu. Nas antologias, historiografias e manuais correntes, os autores são apresentados como se fossem puro talento e como se todo talento fizesse parte do cânone. Isso atribui à história social um sentido que ela em si e por si não tem, impondo-se uma imagem estreita do país e um modelo estrito de brasilidade. Torna-se necessário desconstruir o que se mostra incapaz de sustentar o desenvolvimento de novas idéias.