A obra constitui-se em importante subsídio para todos aqueles que trilham os caminhos do combate à violência e à impunidade e da efetivação da justiça e dos Direitos Humanos no País. A autora reproduziu suas preocupações e seu percurso na busca da garantia dos direitos da vítima e, particularmente, da sua valorização como ator do processo criminal. Ao questionar o papel marginal que historicamente a vítima tem ocupado no processo criminal, ela aponta caminhos visando à mudança desse panorama, o que, em última instância, tem reflexos concretos no combate à impunidade e na efetivação da justiça. Atuando como Coordenadora do Centro de Apoio a Vítimas de Crimes do Estado de Alagoas a autora teve a oportunidade de inserir nesse trabalho uma valiosa pesquisa empírica respaldada por uma não menos pertinente pesquisa teórica trazendo luz a uma abordagem científica de grande relevância para a garantia dos direitos da vítima de crimes, que é a de considerar seus anseios e sua satisfação em face do processo judicial e da consecução da justiça. Em efeito, o combate à violência e à impunidade exige considerar a vítima não como mero objeto da ação delituosa, mas sim como sujeito de direitos. Dentre esses direitos está fundamentalmente o de acesso e concretização da justiça no sentido da elucidação dos crimes e responsabilização dos seus perpetradores, com orientação jurídica de qualidade e gratuita. Nesse sentido também há que se considerar a necessidade de prestar a essas pessoas orientação quanto aos direitos mais elementares (como o tratamento da saúde física e psicológica reparadores dos danos sofridos), e de viabilizar-lhes apoio e instrumentos capazes de minimizar os efeitos dos fatos violentos vivenciados e de restabelecer a ordem individual, familiar e social. Esse conjunto de direitos implica, efetivamente, o exercício da cidadania e o resgate dos direitos humanos.