Filósofo e romancista, Charles Pépin é o autor desta instigante proeza textual. Munido de livros, arquivos, documentos que aparecem elencados ao final do livro, coloca os três filósofos em análise. Aos poucos, revelações, obsessões, manias emergem das sessões: a obstinação de Platão em ser analisado de pé, a obsessão pela cronometria de Kant, a feiura de Sartre e sua descrença na psicanálise. São quarenta e quatro sessões ao todo que se intercalam de acordo com a disponibilidade de uma agenda previamente estabelecida: dezoito de Platão, treze de Kant, treze de Sartre. A narrativa de Pépin corre em um ritmo frenético, quase cinematográfico, que prende o leitor como um filme de suspense. Reflexões de Freud começam e encerram o livro, funcionam como um cenário cognitivo para o leitor comum.